sábado, 31 de dezembro de 2011

Carne contaminada, devolvida pela Bélgica será processada e vendida pra nós com autorização do Judiciário

A carne de frango Industrializado pela COPACOL e exportado para a Europa, devolvida pela Bélgica por que estava contaminada por Salmonela, já deve está disponível pra o seu consumo na gôndola do "seu" supermercado de preferencia.
A COPACOL entrou com um Mandado de Segurança para que fosse autorizada a vende-lo no mercado interno.
Porém como podemos verificar, inicialmente a Justiça Federal rejeita o pedido, pois como os laudos emitidos pelas autoridades sanitárias da Bélgica não foram apresentados no retorno do produto ao Brasil, para liberar a carga a Anvisa exige da Copacol um Laudo de Análise de Controle de Qualidade, segundo uma fonte da Agência, sempre exigido nesses casos. 
     Posteriormente, a Justiça Federal reve sua decisão preliminar, e acata os argumentos da empresa  e autoriza a COPACOL a processar e revender a carne de frango contaminada por salmonela, desde que processada de conformidade com uma resolução da Anvisa.
    Em nota enviada ao Terceiro Caderno, a Copacol diz que os produtos “serão cozidos e processados, analisados novamente através de laboratório externo e avalizados pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) para o retorno da comercialização”.  
Fica, porém a pergunta: quem foi que liberou este carregamento de carne contaminada para o consumo?

O jornalista Marcos Formighieri em seu BLOG e em sua coluna do GAZETA DO PARANÁ, faz sérias acusações a atuação do SIF no estado do Paraná, inclusive acusando o Deputado Moacir Micheletto de envolvimento politico no caso da nomeação do chefe do órgão.

Será que as autoridades sanitárias da Bélgica usam critérios diferentes "dos nossos" para aferir a qualidade da carne que vai ser consumida pelos seres humanos da Europa?

Parece-me óbvio que estas 25.5 toneladas de carne de frango da COOPACOL já teriam sido consumidas no Brasil, uma vez que foi "liberada" para a exportação. Será que para nós brasileiros, a salmonela não causa nenhum mal a saúde?

Ministério Público de Corbélia PR, abrirá processo para investigar o caso. O MP que saber o destino desta carne, afinal esta carne já deve estar sendo consumida por nós. Conforme GAZETA DO PARANÁ, pg 02.

Acredito que todos nós temos o direito a uma boa explicação por parte das Autoridades Sanitárias de nosso país. Veja no comentário abaixo, as explicações dadas pela ANVISA.

Estamos diante de uma barreira fitossanitária ou um caso grave de saúde pública?   
     Agronegócio e saúde pública . . . está na hora de fazermos uma avaliação do modelo de desenvolvimento socio-economico-ambiental adotado por nosso país!   
Afinal de contas, não é possível que tenhamos que continuar comendo aquilo que não servir para o consumo humano dos países importadores dos alimentos produzidos no Brasil.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bélgica devolve frango contaminado e Coopacol pretende vendê-lo pra nós

Estão armazenadas no porto de Paranaguá 25,5 toneladas de carne de frango congelada devolvidas pela Bélgica ao Brasil por contaminação pela bactéria salmonela. O produto foi exportado pela empresa paranaense Copacol, que pretende processar a carne e reintroduzir no mercado interno. Em nota enviada ao Terceiro Caderno, a Copacol diz que os produtos “serão cozidos e processados, analisados novamente através de laboratório externo e avalizados pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) para o retorno da comercialização”.

A situação, porém, enfrenta um impasse. Como os laudos emitidos pelas autoridades sanitárias da Bélgica não foram apresentados no retorno do produto ao Brasil, para liberar a carga a Anvisa exige da Copacol um Laudo de Análise de Controle de Qualidade, segundo uma fonte da Agência, sempre exigido nesses casos. A COOPACOL, um Termo de Compromisso, no qual aguardaria a chegada dos laudos da Bélgica ou a emissão de um laudo de Análise de Controle de Qualidade.

Porém entrou com um mandado de segurança na Justiça para exigir a liberação imediata do produto sem a apresentação do documento exigido pela ANVISA, que já anuncio que irá contestar o Mandado.

Fica, porém a pergunta: quem foi que liberou este carregamento de carne contaminada para o consumo?

Será que as autoridades sanitárias da Bélgica usam critério diferentes "dos nossos" para aferir a qualidade da carne que vai ser consumida pelos seres humanos da Europa?

Parece-me óbvio que estas 25.5 toneladas de carne de frango da COOPACOL já teriam sido consumidas no Brasil, uma vez que foi "liberada" para a exportação. Será que para nós brasileiros, a salmonela não causa nenhum mal a saúde?

Acredito que todos nós temos o direito a uma boa explicação por parte das Autoridades Sanitárias de nosso país. Exiga providencias, explicações e tomada imediata de posicionamento por parte da ANVISA.

Afinal de contas, não é possível que tenhamos que continuar comendo aquilo que não servir para o consumo humano dos paises importadores dos alimentos produzidos no Brasil.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Prefeito Edgar recebe Fórum Sindical para tratar do Teatro Barracão

Representantes do Fórum Sindical de Cascavel estiveram reunidos nesta tarde (14) com o prefeito Edgar Bueno e a secretária de Cultura, Judet Bilibio.


Na ocasião, os Sindicalistas reivindicaram que o Teatro Barracão, que está sendo desmontado no lago municipal de Cascavel, seja reconstruído na zona norte da cidade. Fizemos uma avaliação das madeiras e verificamos que a maioria delas está em boa qualidade e pode ser reaproveitada.




Fotos tiradas na tarde de 19/12/2011 no ECOLIXO, onde estão armazenadas as madeiras. O Secretário do Meio Ambiente, Sr. Marcon nos garantiu que ainda hoje irá cobrir com lonas, para evitar a deterioração, enquanto aguardamos a decisão final sobre o que fazer com nosso "Barração".


O Teatro Barracão estava instalado e abandonado na região do lago. Seguramente que se estivesse junto em um local mais apropriado e de mais fácil acesso, estaria sendo muito útil à promoção da cultura popular de nossa cidade, concordam os presentes.


Após um amplo debate entre todos os presentes, foi  acordado que o Município, os Sindicatos e movimento cultural, estudem em parceria, bem como uma proposta para a destinação destas madeiras e o possível aproveitamento para a construção de um "novo" espaço para a cultura popular na cidade.

A reunião foi comemorada por todos e representa o início de um diálogo importante,  afinal é parte da história da cidade e o futuro da nossa cultura popular que está em debate.

Imprensa livre e canalha, silencia A PRIVATARIA TUCANA

Reproduzo abaixo um brilhante texto, que deve ser por nós compreendido, debatido e divulgado.

A casa dos tucanos corruptos está podre, vai cair
 
Diante do silêncio absoluto da mídia canalha, se tornou obrigação cívica divulgar o livro A Privataria Tucana (Geração Editorial), do jornalista Amaury Ribeiro Jr. A reportagem é uma porrada.
 
É o velho esquema de sempre: Rede Globo, Veja, Folha de S.Paulo e adjacências se calam quando acusações, por mais graves que sejam, como é o caso, atingem seus aliados. Para os amigos, as manchetes; para os inimigos, os editoriais. Ou o contrário, tanto faz.

A blindagem às falcatruas cometidas pelo tucanato atravessa década. Há muito é caso de polícia. No mínimo, os donos dos grandes veículos de comunicação deveriam ser intimados a depor no Congressso Nacional, junto com os ladrões que protegem.  A omissão é criminosa, fere todos os princípios da liberdade de imprensa que esses safados tanto defendem quando lhes convêm.

Um fato precisa ficar claro, e ser repetido à exaustão: a venda de estatais durante o governo FHC foi o maior assalto aos cofres públicos da história deste país. O famigerado Mensalão é troco de pinga. Jamais duvidem disso.

Foram bilhões de dólares desviados, lavados, propinados e roubados do povo brasileiro. Não faltam denúncias, documentos, provas, testemunhas. O que falta é vergonha na cara das elites que insistem em varrer esse lixo para debaixo de seus tapetes sujos. São cúmplices.

Outro livro, histórico, também ignorado pelo silêncio ensurdecedor dos barões da imprensa, foi escrito pelo nosso maior jornalista econômico, Aloysio Biondi, em abril de 1999: “O Brasil Privatizado”. Segundo ele, a conta do prejuízo é assustadora: R$ 87,6 bilhões não entraram ou saíram dos cofres públicos durante o processo de privatização. Não ficamos com um único centavo.

O livro de Biondi vendeu 130 mil exemplares. Você não leu errado: foram 130 mil exemplares vendidos. Sem que uma única linha ou comentário saísse nos grandes veículos de comunicação. Fazem parte da quadrilha.

O povo não é bobo. Em apenas quatro dias, o fenômeno se repete e a obra de Amaury Ribeiro esgotou seus 15 mil exemplares e já parte para uma segunda edição. Um belo tapa na cara da tucanagem corrupta! Denúncia em CPI do PT é refresco.

Vamos ver se agora a casa cai. Podre, já está faz tempo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vacina contra o câncer de pulmão já é usada em CUBA

O portal de notícias FOLHA.COM divulgou nesta terça-feira (06/12/11) a existência de uma vacina contra o câncer que está sendo usada desde o início do ano na ilha caribenha.

As autoridades sanitárias de Cuba registraram no Peru uma vacina terapêutica contra o câncer de pulmão que foi aplicada com resultados favoráveis em cerca de 2.000 pacientes. A notícia foi divulgada nesta terça-feira pelo jornal estatal "Granma", do Partido Comunista.

A vacina CimaVax-EGF oferece a possibilidade de converter o câncer avançado em uma enfermidade crônica controlável, afirma o jornal. Ela começou a ser comercializada na ilha no início deste ano, depois de ser experimentada em mais de mil pacientes sem provocar efeitos adversos severos.

"A Cima Vax-EFG está registrada em Cuba e no Peru, e tem direito de patente em quase todo o mundo", disse Gisela González, chefe da equipe de desenvolvimento da vacina, citada pelo "Granma". Segundo a imprensa cubana, o processo de registro estaria em andamento em outros países da América Latina.

González ressaltou que os ensaios clínicos com a Cima Vax-EGF foram iniciados em 1995 e têm "demonstrado segurança e resposta imune" em pacientes em estados avançados da doença.

O câncer é uma das principais causas de morte em Cuba. Em 2010, foram registrados mais de 22 mil mortes por tumores oncogênicos --entre eles, quase 12 mil mulheres, segundo as cifras oficiais.

A vacina contra o câncer de pulmão é aplicada em pacientes que receberam tratamentos de radioterapia ou quimioterapias para controlar o crescimento do tumor sem toxicidade associada, explicou a especialista, segundo o diário.

A indústria biotecnológica cubana representa uma importante injeção de divisas para a frágil economia doméstica, com a comercialização de 38 medicamentos em cerca de 40 países.

Segundo números recentes, a biotecnologia gera entradas anuais que superam os 300 milhões de dólares. As autoridades cubanas estão impulsionando a cooperação tecnológica, por exemplo, com a China, seu segundo parceiro comerciais.

No fim de novembro, Havana e Pequim firmaram vários acordos para o desenvolvimento de vacinas, fomentando a investigação bilateral para o quinquênio 2012-2016.

O anunciou que se trabalha nos ensaios clínicos para uma vacina contra o câncer de próstata. Cuba fabricou um medicamento contra o câncer de colo de útero e um recombinante para problemas cardiovasculares.

Veja no link http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=730402&tid=5579580147450977656
as indagações de pessoas que se fazem a seguinte pergunta: por que esta vacina ainda não foi disponibilizada aos brasileiros?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Beto Richa inicia privatizações no Paraná

Governo Beto Richa (PSDB) inicia processo de privatizações no  Paraná, com a lei das OS.

Veja as imagens da ocupação da Assembléia pelos manifestantes em defesa da saúde pública.

A resistencia a esta iniciativa foi feita por 250 militantes que invadiram a Assembléia e chegaram a suspender a votação. O Grupo que invadiu Assembleia publica manifesto e logo após é retirado do plenário.


Deputados "driblam" manifestantes e aprovam projeto de terceirização após a saída dos manifestantes, o que na pratica permite o inicio do processo de privatizações no estado.


Para o Tribunal de Contas as Terceirizações deveriam ter sido mais discutidas, diz presidente do TC com a realização de pelo menos uma Audiência Pública.

Ao que me parece, não há nenhum recurso no Orçamento do Estado para os Hospitais Públicos. Como se vê, a Saúde Pública deve ser o primeiro alvo.

Precisamos ficar atentos e mobilizados para defender a saúde pública da pilhagem tucana.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"Psiquiatria sem alma" inventa doenças para vender drogas

O Psiquiatra José Elias Aiex Neto está finalizando um livro sobre a mercantilização do sofrimento humano e a "invenção de doenças" para fortalecer o mercado de drogas licitas.
Neste cenário o Psiquiatra, mais parece um promotor de venda de drogas do que um profissional de saúde.
SINOPSE DO LIVRO “PSIQUIATRIA SEM ALMA
José Elias Aiex Neto é formado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná. Fez residência em psiquiatria pela Faculdade de Medicina de Marília (SP). Foi presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria (1985 a 1987) e da Associação Médica do Paraná (1987 a 1990). Foi Secretário Municipal de Saúde (1992) e Secretário Municipal Antidrogas (2005 a 2007) de Foz do Iguaçu (PR). Presidiu ainda o Conselho Municipal de Saúde, o Conselho Municipal Antidrogas e o Centro de Direitos Humanos da mesma cidade paranaense. Aiex foi autor de três livros e colaborador de vários órgãos de imprensa, como a Folha de São Paulo.
Do livro:
O livro “Psiquiatria sem alma”, cujo subtítulo é “As contradições e os conflitos de uma ciência que está perdendo sua essência e tem se transformado em puro comércio”, foi construído a partir de quatro grandes tópicos, a saber:
-Motivações.
-Constatações.
-Confrontações.
-Conclusões.
O primeiro tópico trata das motivações que levaram o autor a escrever tal obra. A primeira delas reside no fato de que a psiquiatria, segundo ele, continua sendo uma ciência que vê o doente mental como objeto de manipulação, principalmente por parte dos proprietários de hospitais psiquiátricos e da indústria farmacêutica, que tem cooptado grande parte dos médicos psiquiatras, que estão receitando medicamentos a larga, esquecendo-se que o ser humano precisa ser ouvido, e não anestesiado por drogas legais. Aiex parte da própria definição de psiquiatria, uma palavra que veio do grego e que quer dizer “a arte de curar a alma”. Daí o título do livro, “Psiquiatria sem alma”. Outras motivações foram livros e matérias jornalísticas publicadas em grandes órgãos de imprensa do mundo todo, denunciando o verdadeiro massacre que tem sido imposto às pessoas, que tem sido transformadas em portadores de doenças mentais, apenas por apresentarem comportamentos perfeitamente normais. Tal situação tem atingido adultos e, principalmente crianças e jovens, os quais estão tendo sua bioquímica cerebral alterada por drogas das quais não se conhece o resultado que irão provocar no cérebro de seus usuários na idade adulta. As duas maiores fontes de inspiração para o autor do Livro foram um artigo escrito pela jornalista Eliane Brum, publicado no site da revista Época em 31 de agosto de 2009, e intitulado “O doping dos pobres”, e uma entrevista do psiquiatra Jorge Alberto Costa e Silva, publicada na revista Veja em 27 de junho de 2001, com o título de “Psiquiatria S.A.”. Os dois textos relataram a situação descrita acima, sendo que o depoimento de Jorge Alberto Costa e Silva foi muito importante por ter sido ele Diretor da Divisão de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde durante seis anos, sendo que sua entrevista retratou o que conhecera a respeito da psiquiatria mundial durante os anos em que ocupou aquele cargo. O próprio título de sua entrevista denota o seu teor.
No segundo tópico, “Constatações”, além de mostrar como a violência e o trabalho estão provocando sofrimento psíquico em nosso país, Aiex apresenta uma extensa bibliografia, na qual pontificam autores de livros que denunciam a influencia dos atores apontados acima no sentido de mercantilizarem o sofrimento humano. Entre tais atores destacam-se Marcia Angell, Peter Rost, John Abramson, Carl Elliot, Fran Hawthorne, Ethan Waters, Melody Petersen, Jerome Kassirer, Catherine Greider, Gwen Olsen, além dos parceiros Ray Moynihan/Alan Cassels e Stuart Kirb/Herb Hutchins e outros. Todos eles escreveram obras nas quais destrincham as manobras comandadas principalmente pela indústria farmacêutica. A partir de tal tópico fica perfeitamente claro que a psiquiatria norte americana, através do DSM, seu Manual Estatístico das Doenças Mentais, tem “criado doenças” para vender remédios. Como psiquiatra, Aiex mostra que o sofrimento psíquico, depois das novas descobertas das neurociências, principalmente do trabalho de pesquisadores como Antonio Damásio, Joseph LeDoux e Daniel Goleman, não é difícil de ser entendido, acabando com a mistificadora teoria de que a depressão seria causada por um desequilíbrio bioquímico do cérebro. Além disso, o autor do livro relata que, apesar de toda a luta da sociedade brasileira, o modelo manicomial de internação psiquiátrica teima em resistir aos avanços da moderna assistência apenas por ganância dos proprietários de hospitais psiquiátricos.
O terceiro tópico do livro, intitulado “Confrontações”, traz novos atores, que não aceitam passivamente a “psiquiatrização” da vida e nem a hegemonia do tratamento biológico do sofrimento psíquico, que tem sido imposta às pessoas, principalmente nos EUA, a pátria da “Big Pharma”, que tem lucros astronômicos com tais práticas. Entre os novos atores apresentados por Aiex destacam-se o jornalista Robert Whitaker, além de respeitados profissionais das áreas de saúde e serviço social, como Tomas Szasz, Gary Greenberg, David Healy, Peter Breggin, Irving Kirsch, Peter Conrad, Ronald Dworkin, Christopher Lane, Mary Ann Block, Jerome Wakefied, Allan V. Horvitz, Richard Bentall, Lisa Appignanesi, Joanna Moncrieff e Daniel Carlat.
Finalmente, no quarto e último tópico, intitulado “Conclusões”, Aiex aponta a existência de um esquema psicopático por trás de tudo o que foi relatado, e que faz parte da realidade mundial, dentro da qual a hegemonia do capital sobre a vida das pessoas provoca adoecimento psíquico e as soluções que se apresentam são gestadas a partir do mesmo modelo gerador de doença. Além de apontar caminhos alternativos para a assistência ao portador de sofrimento psíquico, como a experiência desenvolvida pelo psiquiatra cearense Adalberto Barreto, as quais são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, Aiex alerta para a grave crise mundial que se avizinha, com a instalação da barbárie. Para isso recorre a autores como Boaventura de Souza Santos, Edgar Morin, Viviane Forrester,  István Meszaros, Tony Judt e Stephane Hessel, prestigiados observadores da cena mundial, que são unânimes em afirmar que a grande crise do capitalismo está próxima. Aiex finaliza exortando o leitor a lutar pelo resgate da assistência humanizada da saúde, preservando-a da barbárie, apara que ela possa dar resposta adequada às pessoas em sofrimento psíquico gerado pelo caldo de cultura que levou a humanidade a tal estado de coisas.
O livro está escrito e está sendo revisado para adequação às normas técnicas que regem a prática de editorialização em nosso país, devendo ser lançado até o final do ano.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fórum Sindical e a Moralização da Camara Municipal de Cascavel

O Fórum Sindical de Cascavel vem debatendo com a sociedade cascavelense já há bastante tempo à necessidade de se promover uma reestruturação do Poder Legislativo local.

Propusemos aos vereadores a manutenção de 21 vereadores, porém com a redução de custos. Queremos  as contratações sejam feitas através de concurso público e que somente possam ser nomeados os assessores diretos de cada parlamentar. Atualmente há seis assessores para cada um, propomos a redução de 50%. Além da eliminação das gratificações, que atualmente representam um valor superior a soma das despesas com os servidores efetivos (concursados) e os salários dos vereadores.

As graves denuncias apresentadas pelo Jornal Tarobá Primeira Edição de ontem (10/11/2011), só fazem coro a nossa proposta e comprovam os indícios de que já é passado da hora de promovermos estas medidas saneadoras em nossa Casa de Leis.

Estamos aguardando a manifestação da Câmara, sobre a proposta de reestruturação. O Plano de Cargos e Salários e o levantamento das necessidades de pessoal para o pleno funcionamento da Câmara, são objeto de um trabalho que vem sendo realizado por uma comissão nomeada pelo Vereador Marcos Damaceno, Presidente da Casa.

Acreditamos que agora, mais do que nunca podemos chegar a uma boa ação saneadora para a nossa Casa Legislativa, que pode e deve ser a casa do povo de Cascavel.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

HUOP: Aprovado a reformulação do Plano Operativo Anual

Os Hospitais Universitários são mantidos com recursos públicos, Federais e Estaduais. O Governo Federal lançou um Programa de Reestruturação destas casas hospitalares, com a criação de dois instrumentos  de gestão. A Certificação e a Contratualização. Desta maneira, cada Hospital se compromete a algumas obrigações em troca de repasses financeiros, porém com avaliações periódicas e permanentes.


A Certificação, uma vez concedida, é refeita a cada dois anos e serve para avaliar os requisitos técnicos necessários a manutenção da instituição como Hospital de Ensino. No caso de nosso HUOP, foi recertificado em meados de 2011.

A Contratualização estabelece através do POA - Plano Operativo Anual, as metas Quantitativas e Qualitativas, que servirão de base para a Comissão Permanente de Acompanhamento dos Contratos, mensalmente as avaliem e tomem como base para os repasses financeiros do Hospital.

O novo POA do HUOP, já esta nas mãos do Governador Beto Richa, e assim que for publicado no Diário Oficial do Estado, irá estabelecer as novas metas de trabalho.

A Comissão de Contratualização do HUOP é formada por membros do próprio Hospital, Gestores regionais da saúde e Conselho Municipal de Saúde de Cascavel.

Mensalmente, fazemos a avaliação do relatório formulado pelo HUOP com as metas estabelecidas no contrato 0306.002/2007. Emitimos um parecer e encaminhamos ao Gestor responsável pelo repasse dos valores ao Hospital.

O HUOP só recebe o valor integral mensal de R$ 1.704.895,35 se cumprir todas as metas contratuais. No caso de descumprimento, há uma diminuição proporcional no  repasse dos recursos.

Na reunião de hoje (10/11/11), avaliamos o relatório referente ao mês de setembro/11. Constatamos que somente 90% das metas qualitativas foram cumpridas. Neste mês, portanto, não haverá o repasse integral.
Membros: Andrea Perin Czerechowicz, Arlene Bermini Fernandes, Hi Kyung Ann, Maria José Teske e Miroslau Bailak da Regional de Saúde de Cascavel; Marilda Franco do HUOP e Laerson Vidal Matias do Conselho Municipal de Saúde de Cascavel.

Propusemos a realização de uma auditoria por parte da Regional de saúde, Secretaria Municipal de Cascavel e direção do HUOP, para avaliar por que a cota de 270 Mamografias não está sendo executada nos últimos meses. Em setembro só foram realizados 37 exames e há que se corrigir esta conduta para que possamos otimizar a estrutura existente no HUOP para dirimir a demanda regional.

Outra questão que nos intriga sobremaneira é o fato de que as consultas médicas especializadas que deveriam destinar 50% para a porta de entrada do sistema, via central de marcação da Rede, só destinou em torno de 10%. Isso impede a eliminação da fila de espera por consultas e está privilegiando a porta de entrada do HUOP.

Em setembro, das 1975 consultas de especialidades realizadas no HUOP, somente 120 foram disponibilizadas  e encaminhadas via central de marcação de consultas.

Outro fato é que muitas consultas de especialidades realizadas no CISOP, são oriundas de procedimentos cirúrgicos realizados no HUOP e, portanto de responsabilidade do ambulatório do hospital (tirar pontos e gesso, consultas pós-cirurgicas, etc.).

Neste caso há um duplo pagamento do procedimento, uma vez que já foi pago para ser feito no HUOP e pago novamente no CISOP pelo valor de R$ 20,00 a consulta.

Vou propor ao Conselho Municipal de Saúde a tomada de posição para que possamos corrigir esta situação que desagrada sobremaneira não só os usuários do SUS, mas também os gestores em saúde pública de nossa região.

Obviamente que devemos tomar as medidas necessárias para cessar esta pratica lesiva ao SUS e que também faz aumentar artificialmente a fila de espera por especialidades junto ao CISOP.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

HUOP e eleições na Unioeste: Resposta ao Professor Enésimo

Explicações necessárias, conforme solicitação.
Em Resposta ao comentário do Senhor Enésimo Genoíno Santana Professor universiário aposentado Auditor do TC, no BLOG do Laerson Matias.
Reproduz-os fielmente os questionamentos e os respondo em negrito.

Santa Mãe de Deus! Quanta cegueira ideológica. Faltou explicar porque a denúncia das calotas cranianas (guaradas em local inadequado) foi feita pela Vigilância Sanitária.
Este caso de fato é lamentável, pois apesar das orientações em contrario, tanto da direção do HUOP, quanto da CCIH, alguns médicos teimam em manter esta conduta, que deveria ser armazenada em subcutâneo, até o seu reimplante.

Faltou explicar, senhor sindicalista, porque a empresa que contrata médicos terceirizados pertence ao seu amigo e diretor do HU.
O Dr. Dalmina não é meu amigo, como Diretor do HUOP o trato.
Quanto à terceirização: é uma imposição do governo do estado que não quer realizar concurso público para a contratação de médicos.
Como desconheço o contrato social da empresa, fico devendo-lhe mais detalhes.
Sobre este fato, que se configurado, há que se tomar providencias para cessar.

Faltou explicar porque os pacientes (SERES HUMANOS) ficam nos corredores enquanto leitos foram transformados em salas de reunião.
Os pacientes ficam nos corredores, porque mesmo sem as condições necessárias para atender a nossa gente, o HUOP jamais se nega a atender a todos que ali buscam atendimento.
No caso das salas de aula, é óbvio que tem que existirem, pois o HUOP é também uma escola. O Senhor deveria saber que aula se da em sala de aula.
A falta de investimentos governamentais para que o HUOP tenha salas de aula em número suficiente para os seus acadêmicos, associado a negligencia e abandono de toda a população do oeste do Paraná que não tem alternativa de atendimento hospitalar público é que leva ao caos, que todos criticamos.
Logo, os SERES HUMANOS são todos atendidos no HUOP. Claro que as condições inadequadas são determinadas pelo abandono governamental. Para o qual saúde só é prioridade em época de eleições.

Faltou explicar que 15 mil horas extras em 30 dias é denúncia do Tribunal de Contas do Estado.
No caso das horas extras, segundo o Diretor Geral, Professor Alberto Pompeo, são em média 20 horas mensais por servidor. Convenhamos, com tanto trabalho, com os corredores cheios, a falta de servidores, e a demora em substituí-los, não me parece que isso deva ser relevante para tanto alarde.

Faltou explicar muita coisa que sua cegueira ideológica não lhe permite ver. Uma pena. Explique às famílias as mortes das pessoas que não receberam atendimento. Pode fazer isso?
Quanto as morte, todos nós lamentamos! Afinal a vida não tem preço. Mas querer acusar a quem é responsável por salvar vidas do caos em que está à saúde pública é uma afronta a nossa inteligência e uma ofensa aos servidores da saúde pública de todo nosso país.
Quando assisto cotidianamente a Globo fazendo denuncias contra hospitais, que mais parecem estrebarias, país afora, tenho a certeza de que os servidores de nosso glorioso HUOP são verdadeiros heróis e como tanto devem ser tratados.

Portanto senhor professor, venha até o HUOP, fale com estes valorosos servidores que são obrigados a fazer horas extras. Estes que deixam de lado até a sua própria família, só para garantir um mínimo de dignidade aos usuários do SUS. Converse com as pessoas que estão ali internadas e veras certamente que a culpa pelas dificuldades enfrentadas pelo HUOP, são de inteira responsabilidade do Governo Estadual e Federal que negligencia os recursos necessários à ampliação do número de leitos e servidores para o atendimento da população, bem como da falta de estrutura para a formação acadêmica em nossa instituição. 

Assim agindo, aproximando-se do objeto de nossa divergência, que nada tem de virtual, quem sabe o Senhor possa comprovar que a minha “cegueira ideológica”  e a minha condição de “sindicalista” como diz, é apenas um preconceito seu. Este tipo de argumento falacioso que visa descredenciar o oponente, muito popular na Grécia antiga, entre os sofistas em confronto com os pais da filosofia, apesar de válido e eficiente é deplorável sob todos os aspectos quando usado por alguém que se diz Professor.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CPI dos leitos do SUS, demagogia e interesse eleitoral


A CPI dos leitos do SUS no estado do Paraná esta servindo para dar visibilidade a um problema, que é nacional. A saúde pública está um caos, sem investimento e dependendo do esforço e dedicação de servidores públicos que não medem esforços, mesmo sem o respeito e o reconhecimento que merecem de governos e  população.
                                                        
Em Cascavel a situação é mais grave, por causa da postura irresponsável do Deputado Leonaldo Paranhos, que tem como passatempo, denegrir a imagem de nosso único hospital público, sem falar das ofensas dirigidas ao quadro de servidores da referida casa hospitalar.  

O Secretário de Estado da Ciencia e Tecnologia - SETI, coloca os "pingos nos is" demonstrando que os fatos relatados pela CPI, são problemas crônicos da rede estadual de saúde e que não devem ser creditadas tanto a Direção do Hospital, mas muito mais ao abandono do Governo anterior. 
Os ataques tiveram inicio quando o Deputado viu frustrada a sua intenção de nomear cinco (5) de seus cabos eleitorais  para os cargos de direção do HUOP.

Recebeu um passa fora da direção da Unioeste e do HUOP, que não permitiu  o uso político do HUOP, feito na Gestão Liana, Scuissati e que levaram a nossa instituição as paginas policiais e que até hoje permanece em débito com fornecedores de toda a nossa região.

Abaixo apresento e comento alguns dos problemas elencados pela CPI em matéria do Jornal Hoje de 20/10/2011.

Quanto a “superlotação, atendimento nos corredores, e horas extras de servidores”, é preciso reafirmar que o HUOP é o único hospital que atende os pacientes do SUS, independentemente de qualquer coisa. Se não tiver leito, usa o corredor, se faltar funcionário, paga hora extra,  e assim por diante. Logo, caro Deputado, se você quisesse ajudar mesmo a saúde pública, deveria propor a ampliação do nosso HUOP, com a contratação de mais servidores. Isso sim resolveria estes problemas.


Quanto aos “equipamentos, condições sanitárias, estrutura física e mobiliária”, óbvia que a precariedade deve ser combatida com investimentos públicos do governo Estadual para os investimentos necessários a melhoria destas condições de trabalho e atendimento. Aliás, como o Deputado é da base governista, poderia se quisesse ajudar, reivindicar estes recursos que já foram objeto de solicitação por parte da direção do HUOP,  inúmeras vezes nos últimos anos. Afinal, o orçamento do HUOP é determinado pelo Governo e aprovado pelos Deputados. 

“Foram encontradas calotas cranianas no HUOP”, ainda bem, pois assim podemos afirmar que os futuros médicos lá formados estão estudando o corpo humano. Ademais, encontrar “leitos transformados em salas de aula”, só confirmam, caro  Deputado, que o HUOP é também local de estudos e como tal deve ser considerado.

No caso da “terceirização da mão de obra médica”, vale dizer que até hoje o estado ainda não realizou concurso público para a contratação de 530 médicos, que são necessários para manter o funcionamento do HUOP. Existem atualmente, somente 11 médicos concursados. Pergunto, qual alternativa é deixada a atual direção do HUOP para manter o HUOP funcionando? Óbvio meu caro Deputado, é a terceirização! Proponha então a realização de concurso público para a contratação de médicos. Assim você pode parar de criticar quem não merece e cobrar do Governo do estado, a solução deste problema crônico do HUOP. 

O Chefe da Regional de Saúde, Dr. Miroslau Bailak atesta a validade de tais contratações e afirma que o referido relatório, apresenta alguns erros.

No caso da “Central de Leitos”, a CPI falta com a verdade afirmando está propondo a informatização da Central de Leitos, quando na verdade deveria dar os créditos aos servidores da Regional de Saúde de Cascavel, que iniciaram os estudos, com vistas a sua implantação, ainda em janeiro deste ano.

A Reitoria da Unioeste e a Direção do HUOP optaram por não responder as bobagens ditas pelo Deputado Paranhos, mas nós temos a obrigação de fazê-lo e restabelecer a verdade dos fatos, em defesa da saúde pública do oeste do Paraná.

As eleições para a Reitoria da Unioeste, explicam a postura do presidente da CPI, afinal se o candidato "dele" ganhar as eleições, poderá finalmente empregar os seus cabos eleitorais em cargos da Unioeste e HUOP. 
Triste fim para uma promessa da política local. Atacar a nossa melhor casa hospitalar, atentar contra a dignidade dos seus servidores, bem como a inteligência de todos nós! 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Frigoríficos. ''O medo mantem os trabalhadores na produção''. Entrevista especial com Leandro Inácio Walter

“O trabalho, no frigorífico, torna-se algo instrumental e o sujeito é descartado assim que perde a produtividade”, denúncia Leandro Inácio Walter, psicólogo social, após realizar uma pesquisa com trabalhadores “afastados” de um frigorífico do Rio Grande do Sul. Na entrevista a seguir, concedida por telefone à IHU On-Line, ele conta que doenças do trabalho são comuns no processo de produção dos frigoríficos brasileiros, pois as atividades desenvolvidas pelos funcionários são repetitivas. “A organização do trabalho geralmente ocorre em linhas de montagem, em linhas de produção, especialmente nas nórias, onde os frangos são pendurados e o ritmo de trabalho é imposto aos funcionários. As máquinas trabalham e o trabalhador tem que acompanhar o ritmo imposto pela empresa”.
De acordo com Walter, os funcionários relatam que, quando as metas de trabalho não eram atingidas, “uma sirene era acionada, avisando que tinha algo errado”. Em função disso, menciona, os trabalhadores ficaram com sequelas psíquicas e tiveram reações de pânico. “Muitos ficavam agitados só de ouvir qualquer barulho que se assemelhasse a uma sirene, mesmo fora do ambiente de trabalho. Qualquer barulho semelhante trazia essa lembrança do horror das situações que eram vivenciadas no local”, relata.
Leandro Inácio Walter é graduado em Psicologia pela Unisinos e mestre em Psicologia Social pela Universidade do Rio Grande do Sul - UFRGS, com a dissertação intitulada A saúde por um fio: um estudo em psicodinâmica do trabalho de afastados de frigorífico de aves.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – O que constatou após a realização de estudo sobre a saúde dos trabalhadores de frigoríficos avícolas do Rio Grande do Sul?
Leandro Inácio Walter – Estudei a realidade de um frigorífico gaúcho a partir dos relatos de trabalhadores que estavam afastados do trabalho e estavam sendo atendidos no sindicato da categoria. Constatei uma realidade de intensa agressão à saúde deles, o descumprimento da legislação de saúde e de segurança, e a medicalização dos sintomas para repor o trabalhador mais rapidamente possível no posto de trabalho.
O trabalho, no frigorífico, torna-se algo instrumental e o sujeito é descartado assim que perde a produtividade. Gostaria de ter tido acesso à empresa e, por algumas vezes, tentei contato com a equipe administrativa, mas o frigorífico não abriu as portas para que pudesse acompanhar o processo de trabalho e averiguar porque as pessoas estavam adoecendo. Portanto, a pesquisa teve essa limitação.
IHU On-Line – Como o sindicato se manifesta diante dos casos de enfermidade dos trabalhadores e das doenças geradas pelo trabalho?
Leandro Inácio Walter – Esse sindicato criou um serviço de saúde para atender aos trabalhadores, pois há muita dificuldade para reconhecer as doenças psíquicas no serviço de saúde pública, e no próprio plano de saúde oferecido pela empresa. Para se ter uma ideia, as comunicações de acidente do trabalho emitidas pelo sindicado e pelos médicos do plano de saúde não são reconhecidas pela empresa, sob a alegação de que esses profissionais não conhecem a realidade de trabalho da empresa.
IHU On-Line – As empresas ignoram os casos de doença entre os trabalhadores?
Leandro Inácio Walter – Sim. Inclusive porque, atualmente, nós estamos falando de um setor que tem representatividade no cenário político. Hoje, o Brasil é um dos grandes produtores e exportadores de carne de aves.
Os custos sociais que envolvem essa produção não estão sendo computados pela Previdência. Um levantamento realizado pelo sindicado dos trabalhadores das empresas do estado de Santa Catarina demonstrou que a Sadia contribuiu com 30 milhões ao INSS, no período de 2003 a 2007, e que, em contrapartida, o INSS desembolsou 170 milhões em benefício previdenciário, seja como afastamento do trabalho, aposentadoria por invalidez, etc.
Hoje, os serviços de saúde que atendem aos trabalhadores adoecidos não mudam a realidade de trabalho dentro das empresas. São medidas paliativas, pois as condições de trabalho continuam as mesmas. Os trabalhadores tomam antidepressivos, mas a pressão no trabalho não se altera. A atuação sindical tem esse viés de apenas tratar os sintomas e não a causa, embora estejam tentando dar maior visibilidade aos casos de doença do trabalho.
IHU On-Line – O que caracteriza o trabalho em um frigorífico avícola? Como se dá a organização do trabalho nesse ambiente? O que os trabalhadores revelam sobre as condições de trabalho e como o processo produtivo prejudica a saúde deles?
Leandro Inácio Walter – Apesar da diversidade de setores, as atividades são repetitivas. A organização do trabalho geralmente ocorre em linhas de montagem, em linhas de produção, especialmente nas nórias, onde os frangos são pendurados e o ritmo de trabalho é imposto aos funcionários. As máquinas trabalham e o trabalhador tem que acompanhar o ritmo imposto pela empresa.

Os trabalhadores contavam que, quando não era possível dar conta do ritmo de trabalho em função do cansaço, acumulavam trabalho no final da linha de montagem, onde havia um trabalhador mais ágil, que conseguia ter um desempenho superior. No entanto, esse sujeito que trabalhava na ponta era o que tinha maior possibilidade de se lesionar em função de extrapolar os limites físicos.
Para realizar um trabalho repetitivo, a pessoa não pode pensar em outras coisas porque, se ela se distrair, pode ocasionar alguma falha no processo produtivo. Através da psicodinâmica do trabalho, tentamos entender como ocorre a mobilização da subjetividade em diferentes contextos de trabalho. No caso dos frigoríficos, essa questão repercute de uma forma bastante interessante, porque os trabalhadores acabam usando estratégias de defesa como a racionalização expressa em pensamentos: “Essa situação vai passar”; “Deus está vendo o que estou fazendo aqui”; “Somente hoje vou fazer isso”.
Quando as metas de trabalho não eram atingidas, uma sirene era acionada, avisando que tinha algo errado. Nesses casos, muitos trabalhadores chegavam a ter reações de pânico, de intensa ansiedade e ficavam agitados só de ouvir qualquer barulho que se assemelhasse a uma sirene, mesmo fora do ambiente de trabalho. Qualquer barulho semelhante trazia essa lembrança do horror das situações que eram vivenciadas no local.
Ao cobrar metas, as chefias tratam os funcionários de maneira ofensiva para instaurar o medo no ambiente de trabalho. Eles, por sua vez, muitas vezes não conseguem atender às suas necessidades básicas como ir ao banheiro, tomar água, ir ao atendimento médico da empresa. O medo tem um papel muito forte para manter os trabalhadores na produção.
IHU On-Line – Em sua pesquisa, você menciona a relação entre prazer e sofrimento no processo produtivo dos trabalhadores. Como esses dois aspectos se manifestam e se relacionam no cotidiano dos trabalhadores?
Leandro Inácio Walter – Na psicodinâmica do trabalho, estudamos estados pré-patológicos ou não patológicos no trabalho. Assim, a psicodinâmica do trabalho tenta compreender como o trabalho pode contribuir para a realização pessoal, para a saúde do indivíduo, e como esse sujeito se mobiliza no trabalho, como ele pode obter reconhecimento.
Entre os relatos, os trabalhadores mencionam que o trabalho é importante porque através dele conseguem garantir o sustento e atender às necessidades básicas de suas famílas. Por outro lado, muitos sentem orgulho e prazer de participar de um processo produtivo. Os trabalhadores de frigoríficos avícolas costumavam relatar que, embora fossem bastante produtivos, nem todos eram vistos e reconhecidos pelo desempenho que conseguiam ter. Portanto, essa é uma dinâmica de reconhecimento bastante perversa, porque aquele que trabalhava corretamente, que atingia as metas, permanecia no mesmo posto de trabalho, enquanto aquele que tinha mais dificuldade às vezes acabava utilizando isso para obter alguma vantagem.
IHU On-Line – É possível estabelecer um diagnóstico da saúde mental dos trabalhadores de frigoríficos avícolas?
Leandro Inácio Walter – Sim, é possível. Realizei nove encontros com os trabalhadores, com duração de uma hora e meia cada um. As pessoas contavam que não se sentiam reconhecidas em seus trabalhos, que as relações de trabalho eram truncadas, que havia agressão verbal, coação física, etc. Quando o clima do trabalho é ruim, há uma degradação da saúde mental dos indivíduos.
Como um indivíduo vai trabalhar em um ambiente de trabalho em que não possui seus direitos básicos respeitados? Ouvi relatos de pessoas que não conseguiam ir ao banheiro e acabavam trabalhando urinadas e defecadas. Nós estamos falando da situação de trabalho de um local que produz alimentos.
Perguntei para os trabalhadores entrevistados se eles comiam frango, e a maioria disse que não. Isso tem a ver com a qualidade do produto que é produzido, com o clima de trabalho que existe dentro da empresa.
Muitos desses sintomas psíquicos se desenvolveram depois de algum tempo em que trabalhavam em frigorífico. Muitas, ao não reconhecerem sua própria realidade de sofrimento, poderiam vir a somatizar o
sofrimento ao adquirir uma LER/DORT, ao estrapolar os límites físicos. Então é possível estabbelecer um diagnóstico na medida que o adoecimento se desenvolveu por características do trabalho que a pessoa desempenhava.
IHU On-Line – Quais são os principais sintomas de doença do trabalho apresentado pelos trabalhadores de frigoríficos?
Leandro Inácio Walter – São geralmente problemas mentais: as pessoas evitam contato social, ficam deprimidas, algumas tentam cometer suicídio, outras apresentam quadros de sofrimento grave. Para se ter uma ideia, muitos dos trabalhadores que participaram da pesquisa vinham acompanhados de familiares, pois tinham medo de se perder na cidade. Eles relatavam que se esquecem das coisas, que chegavam ao mercado e não lembram o que iriam comprar, por exemplo.
IHU On-Line – Que mudanças são necessárias para se reverter o quadro de doenças do trabalho nos frigoríficos brasileiros?
Leandro Inácio Walter – Hoje, está em discussão a implantação da Instrução Normativa n.  47, uma norma regulamentadora que visa instituir pausas obrigatórias durante a jornada de trabalho. Acredito que esta é uma boa alternativa. No entanto, sabemos da dificuldade em relação à fiscalização das empresas pelos órgãos competentes. Certa vez, quando um trabalhador faleceu no setor de carga e descarga da empresa ao ficar preso nos elevadores que conduzem as caixas nas quais os frangos são depositados, o fiscal do trabalho só conseguiu entrar na empresa no dia seguinte com a presença da Polícia Federal. Então os órgãos de fiscalização também encontram dificuldades de fazer o seu trabalho.
IHU On-Line – Por que, em sua opinião, os sintomas psicológicos geralmente são ignorados na avaliação de saúde do trabalhador?
Leandro Inácio Walter – Porque ainda existe muito preconceito com relação às doenças mentais e às doenças ocupacionais do trabalho. Elas têm uma característica de invisibilidade: não se consegue fazer uma ressonância para mostrar que o sujeito entra em depressão por causa do trabalho. Os profissionais do INSS, que fazem a perícia, às vezes não estão preparados para trabalhar com esta demanda e com a saúde psíquica. Por outro lado, existe certo preconceito; eles dizem com frequência que o trabalhador está simulando sintomas, tentando obter ganhos para não trabalhar, etc. O próprio termo “estar encostado” remete à ideia de que o sujeito não está disposto a trabalhar, e isso gera constrangimento e sofrimento ao trabalhador.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Praça Pública de Cascavel e Lei de Acessibilidade

Um evento acontece na data de hoje em Cascavel para lembrar o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência.  Não pude deixar de verificar as obras de revitalização de uma praça no centro da cidade de Cascavel e que a meu ver deixam muito a desejar


É um absurdo que na referida obra falte à rampa de acesso a cadeirantes.


Além disso, como se pode verificar a calçada da praça é menor que a calçada existente na Rua Souza Naves e talvez por isso os tijolos vermelhos com alto relevo usados para demarcar o caminho aos deficientes visuais está sem utilidade, depositado na rua.


chamada de Lei das calçadas, determina os parâmetros legais para a acessibilidade na cidade e dá outras providencias, parece que foi desconsiderada.

Por outro lado, na mesma Rua Souza Naves, esquina com a Rua Paraná,  podemos verificar uma grande diferença e as medidas de acessibilidade são evidentemente levadas em consideração.


Calçada mais larga e a linha com tijolos de relevo ao meio.



Na esquina, a rampa para cadeirantes, devidamente identificada.

Já foi publicado um aditivo de 17% de aumento no preço da obra, por que não foi levado em consideração pelo projeto em execução, que as plantas não poderiam sobreviver em cima do asfalto ali existente até então. Precisará primeiro quebrar o asfalto e depois refazer a praça e os canteiros das plantas.

Agora, parece que vão ter que quebrar a calçada para  permitir o acesso das pessoas com deficiência.

Precisamos de uma vez por todas garantir os direitos das pessoas com deficiência em nossa cidade. E isso começa por mais responsabilidade e competência para lidar com o interesse publico.