quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Seara é condenada em R$ 10 milhões por irregularidades trabalhistas

Seara é condenada em R$ 10 milhões por irregularidades trabalhistas



A unidade da Seara Alimentos S.A. em Forquilhinha (SC) foi condenada pela Justiça do Trabalho por danos morais coletivos devido a práticas consideradas atentatórias à dignidade humana de seus empregados. Entre elas, submetê-los a jornadas exaustivas e temperaturas extremamente baixas. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho arbitrou o valor da indenização em R$ 10 milhões, que reverterão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A condenação resultou de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) da 12ª Região (SC) a partir de denúncias de que a empresa teria demitido por justa causa, em maio de 2006, nove empregadas que se recusaram a prestar serviços no setor de corte de frangos, onde a temperatura ficava abaixo de 10°C.
O MPT instaurou procedimento investigatório, no qual representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Criciúma e Região (SINTIACR) afirmaram que eram comuns as queixas dos trabalhadores sobre a baixa temperatura do ambiente e dos produtos, "chegando, às vezes, a 1ºC".
Mas a apuração acabou revelando diversas outras queixas, como uniformes inadequados para o frio e o ritmo excessivo de trabalho. Segundo depoimentos, a máquina de transporte aéreo de aves (nória) levava para a sala de corte cerca de nove mil frangos por hora e, muitas vezes, o intervalo de almoço era reduzido para "desencalhar" o produto.
Na ação, o MPT chama a atenção para o porte econômico da Seara, que segundo o órgão figura entre as líderes de exportação de cortes de frango no mercado mundial. O lucro líquido da empresa, de R$ 115 milhões, e a receita livre de impostos, de R$ 1,1 bilhão, no primeiro semestre de 2007, justificariam, na avaliação do MPT, um valor de indenização de R$ 150 milhões.
Condenação
A 4ª Vara do Trabalho de Criciúma (SC) julgou procedente a ação civil pública e condenou a Seara ao pagamento de indenização de R$ 14,6 milhões. Além da determinação para o fim das horas extras na área de produção, o juízo  determinou que a empresa concedesse aos trabalhadores pausas para recuperação térmica (20 minutos a cada 1h40min trabalhadas) sempre que a temperatura no local fosse inferior a 10°, limite estabelecido no parágrafo 253 da CLT. Já o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), entendeu que "o valor fixado não merecia ser reduzido, mas ao contrário, majorado", e arbitrou a indenização em R$ 25 milhões.
TST
No julgamento de recurso da Seara contra a condenação, o relator, ministro Alexandre Agra Belmonte, assinalou que, embora os números indicados pelo TRT-SC em relação à empresa sejam expressivos, os valores fixados foram excessivos. Ressaltou ainda que, apesar de o grupo econômico do qual faz parte a empresa (A Seara pertencia ao grupo Marfrig, e foi posteriormente vendida à JBS-Friboi) ter "aproximadamente 90 mil funcionários", a apuração na ação civil pública atingiu apenas os trabalhadores de Forquilhinha, "pelo que é preciso reavaliar o valor imposto, que não é razoável, porque desproporcional nas circunstâncias".
Parâmetros
Agra Belmonte disse que para chegar ao valor de R$ 10 milhões aprovado pela Terceira Turma foram utilizados alguns parâmetros, como a extensão do dano imposto à coletividade. "É incontroversa a adoção de condutas que violaram as condições de trabalho dos empregados da Seara", assinalou.
Outro critério foi a avaliação do grau de culpa em relação ao dano (artigo 944 do Código Civil). A prova de ritmo frenético de trabalho, sem pausas regulamentares, em condições climáticas absolutamente desfavoráveis demonstram, segundo o magistrado, que não houve descuido e sim intenção deliberada quanto ao modo de desenvolver a atividade, sem preocupação com as consequências.
Quanto ao valor fixado, Agra Belmonte disse que o capital social da empresa, que em maio de 2014 era de R$ 4 bilhões, representa um valor proporcional ao capital social, "critério objetivo que atende o princípio da razoabilidade", afirmou. "Não se vislumbra valor em patamar inferior que possa compensar a coletividade pelos danos e ao mesmo tempo sensibilizar a empresa à revisão dos métodos de trabalho", concluiu.
A adequação do valor da indenização foi a única parte provida do recurso da Seara. A Turma, por unanimidade, não conheceu do apelo nos demais temas, mantendo a condenação.
(Carmem Feijó/RR)
O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1).

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pra que serve mesmo a Câmara de Vereadores de Cascavel?

Câmara de Vereadores não serve mais à população? 

Com a rejeição deste Projeto de Lei, que divulgaria a fila de espera pelos serviços de saúde, tais como exames, cirurgias e consultas de especialidades os vereadores ditos da base de apoio ao Prefeito, podem continuar a fazer as coisas que já foram comprovadas na conduta do tal do Ganso sem limites . . . dar esmola com o chapéu alheio. O que é crime eleitoral segundo o Ministério Público.


A fila de espera por consulta com especialistas em Cascavel, no Oeste, ultrapassa o número de 12,5 mil pacientes, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. 

No caso das cirurgias eletivas, alguns casos estão sendo resolvidos com a intervenção do Ministério Público e do Poder Judiciário, pois a demora nestes casos pose significar a morte. 

Na fila de espera por uma cirurgia de hérnia a mais de cinco anos, Orlando Vaz de 84 anos, fez uma "autocirurgia usando um estilete" o que é absolutamente perigoso e não recomendado pela medicina.
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link http://tnh1.ne10.uol.com.br/noticia/brasil/2014/02/16/289171/cansado-de-esperar-aposentado-faz-a-propria-cirurgia-com-estilete-veja-video ou as ferramentas oferecidas na página.
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Quanto aos exames solicitados, muitos deles com fila de espera de mais de 15 dias e alguns chegando a 30 e até mesmo 60 dias. O que impedem o diagnóstico e portanto o tratamento adequado de algumas patologias.

Ou seja, cria-se e mantem-se uma enorme fila de espera no SUS. Assim os vereadores cupinchas do Prefeito . . . procurados pelos munícipes desesperados com a demora, "resolvem" o problema "furando a fila" e agilizando tais atendimentos.

Desta maneira, deixam na famigerada fila por demasiado tempo todos os usuários do SUS em beneficio e favor  de alguns que lhe são ou serão futuramente eternamente gratos. 

Afinal, o vereador que "resolveu" o problema se credita perante o eleitor a receber em pagamento o voto da família nas próximas eleições.

Mas o que se esperar de uma Câmara de Vereadores que acha lícito exigir propina para aprovação de projetos de interesse popular? 

Nada mais se deve esperar desta verdadeira casa de favorecimento a praticas ilícitas e criminosas.

Até quando vamos nos resignar e aceitar que estes "Senhores" continuem a envergonhar a nossa cidade e usurparem a representação de todos nós em benefício de seus mais mesquinhos, abomináveis e inconfessáveis interesses pessoais?


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

BRF-Sadia é condenada a pagar 10 milhões por danos a saúde dos trabalhadores

A Justiça  do Trabalho de Toledo condenou recentemente a BRF-Sadia  a pagar R$ 10 milhões por danos morais coletivos. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Trabalho e AP-LER, após a empresa não cumprir um Termo de Ajustamento de Conduto (TAC) firmado em 2008 entre o Ministério Público e a Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos (AP LER), que denunciava diversas irregularidades na empresa, resultando no prejuízo à saúde dos trabalhadores. A decisão, do dia 26 de setembro, foi comemorada pela associação, que espera que a situação de trabalho melhore a partir de agora.

Em assembleia realizada no dia 16/10/2014, os associados da AP-LER decidirão que irão propor a revisão de todos os benefícios concedidos pela Previdência Social, na espécie previdenciária(B-31), com o consequente reconhecimento da causalidade no ambiente de trabalho e a conversão para a espécie acidentária (B-91). Afinal, após esta sentença judicial fica evidente que estas condições indignas de trabalho são a causa maior de todos os males que afetam os trabalhadores nesta empresa.

Reproduzimos abaixo o texto de Fernando Mendonça Heck, Pesquisador da UNESP-Presidente Prudente sobre a ACP movida contra a Sadia de Toledo. 
Texto de minha autoria destinado aos camaradas da AP-LER na busca de contribuir para a organicidade dos trabalhadores.
A organização dos trabalhadores de frigoríficos no Oeste do Paraná certamente é uma questão difícil. Estamos cercados de sindicatos que são qualquer coisa menos representantes legítimos da defesa dos trabalhadores. Nem mesmo as reivindicações pontuais são consideradas, basta ver seus Acordos Coletivos de Trabalho e as Convenções Coletivas acordadas com as empresas e cooperativas-empresariais, onde chegam a acordar mecanismos como Banco de Horas que muito contribuem para a degradação do trabalho.
Nossa região foi contaminada com o projeto da "modernização" da agricultura desde cedo. Para isso, contribuíram muito o Estado e seus apaniguados que trataram de forjar a subserviência das nossas terras à produção da soja-milho e depois aos ditames da produção avícola que se expandiu sobremaneira nos anos 1990. Dizem aqui que os pequenos produtores estão todos ligados em um laço democrático em torno de cooperativas que se auto-intitulam viabilizadoras da produção agrícola dos pequenos e praticantes de uma proposta produtiva justa e de divisão das sobras. Ou ainda, "integrados" às grandes e médias empresas produtoras de proteína animal que dizem estar viabilizando o desenvolvimento regional. 
Pois bem: não é isso que os avicultores vivem em sua totalidade como bem mostrou a pesquisa de Rosane Toebe. A média recebida por lote de frango não contém uma quantia que proporcione ir além da condição de subordinação ao capital industrial. Muitos dos avicultores, endividados, ficam sem outra alternativa que não seja entregar os frangos para as integradoras (sejam elas empresas ou cooperativas-empresariais) e não mudam na essência sua condição econômica-social.
Mesmo assim, as prefeituras, o BNDES, o BRDE oferecem as melhores vantagens para as agroindústrias na nossa região. Tudo seria em nome do desenvolvimento regional, discurso comprado por parte da academia que realiza pesquisas que apontam para o sucesso dessa cadeia produtiva na região como uma panaceia na qual todos envolvidos seriam beneficiados.

Há muito tempo a AP-LER tem denunciado às péssimas condições de trabalho na agroindústria. Igualmente, tem contribuído para visibilização das perícias fajutas e criminosas que não reconhecem as doenças no seu nexo com o trabalho. No mesmo sentido, tem tomado uma postura crítica com relação à ação sindical local inclusive apoiando a criação de um novo sindicato em 2009, ação esta que foi impedida pela organização conjunta de sindicatos e empresas.

Todo esse trabalho árduo e militante resultou no meu interesse de pesquisa (igualmente militante) e com a possibilidade de contribuir organicamente para essa importante luta dos trabalhadores. Depois de ler e reler a decisão da ACP movida contra a BRF não me senti satisfeito com valores, até porque eles não serão suficientes para trazer de volta os movimentos em muitos dos membros dos trabalhadores acometidos pelas doenças ocupacionais. Mas, percebi que o reconhecimento por parte do judiciário trabalhista de que as denuncias da AP-LER e das nossas pesquisas, não são infundadas (e nunca o foram mesmo se o judiciário tivesse tomado outra decisão) coloca-nos mais um elemento para a constatação de um trabalho que adoece, mutila e acomete por inúmeras doenças ocupacionais. Esse reconhecimento "formal" é importante para a publicização do trabalho degradante na BRF e nas cooperativas regionais. E essa ação é fruto da AP-LER no qual o MPT foi parceiro e não principal interessado como a mídia de forma equivocada tem abordado a questão.
É por esse motivo que gostaria de parabenizá-los camaradas, a luta de vocês é que deu esse resultado público para a sociedade. Foi a coragem de vocês em escancarar a degradação do trabalho nessas empresas que resultou nesse resultado positivo no âmbito do judiciário. Tenho a certeza que vocês sabem que a luta não para por aí e que a ACP é apenas uma pequena vitória, não nos valores, mas no sentido político em escancarar até mesmo pela via judicial o trabalho degradante.
Minha sincera admiração à luta dos camaradas da AP-LER.
Grande abraço
Fernando Mendonça Heck

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cascavel(PR) é contra o fracking

Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Cascavel aprovou a proibição da exploração do gaz Xisto no município. Os vereadores presentes se comprometeram a apresentar um Projeto de Lei com esta proibição, o que tornaria nossa cidade a segundo no país  a adotar esta medida.

Em audiência pública, Cascavel diz não ao fracking . . .



Nosso Coletivo Cascavel Livre de Fracking comemora a vitória enquanto aguarda a apresentação e votação da lei por parte dos vereadores e a consequente sanção do executivo municipal.  

Vamos ficar vigilantes e mobilizados para impedir mais este crime contra o planeta e consequentemente ao futuro de todas as pessoas que por aqui habitam.

Frigorífico da Globoaves é interditado por Fiscais do Ministério do Trabalho

AP-LER vem a muito tempo denunciando as péssimas condições de trabalho na referida industria de alimentação, que mais parece uma fábrica de mutilados. 


Esperamos que após está ação, as industrias Kaefer respeitem a legislação protetiva de direitos das pessoas que vivem do trabalho. 


Afinal o trabalho não deve continuar ser fonte de sofrimento e mutilações e de benefícios aos exploradores da condição humana no trabalho. Documentário "carne e osso" retrata esta desumanidade assustadora.



"Brasília, 20/08/2014 – Auditores-fiscais do Trabalho do Paraná constataram diversas irregularidades durante uma ação fiscal em um frigorífico na cidade de Cascavel (PR), sobretudo no que diz respeito às normas de saúde e segurança no trabalho. A ação, que ocorreu entre os dias 04 e 08 de agosto, teve participação de procuradores do Ministério Público do Trabalho e um representante sindical, com lavratura de 49 autos de infração e interdições de equipamentos.
Os auditores constataram durante a ação fiscal que os empregados do frigorífico estavam sendo submetidos a ritmos de trabalho excessivos, impostos pela velocidade da linha de produção, que significa uma ameaça à saúde do trabalhador. A utilização dos membros superiores em movimentos repetitivos, com utilização de facas e em um ritmo de cadência constante, eleva o risco de adoecimento por esforços repetitivos.  
Também foram identificados casos compatíveis com distúrbios osteomusculares (LER/DORT) e que grande parte dos trabalhadores da linha de produção relatou que trabalha com dor, porém, sem o reconhecimento do problema por parte da empresa, adoção de procedimentos para a investigação do nexo causal e tampouco a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). 
Foram interditadas pela fiscalização duas atividades da empresa por apresentarem grave e iminente risco de adoecimento do sistema osteomuscular dos empregados que laboravam nos setores de escaldagem e evisceração. Nessas atividades, os trabalhadores estavam sendo submetidos a uma sobrecarga que atingia, aproximadamente, de duas a cinco vezes mais o limite admitido para a realização segura de movimentos com os membros superiores.
Também foram identificadas, diversas irregularidades nas máquinas e equipamentos da planta frigorífica, como por exemplo, a existência de partes móveis desprotegidas e a ausência de dispositivos de parada de emergência e interfaces de segurança, contrariando ao disposto na Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12), o que motivou a paralização da produção por  24 horas para adequação de todos os equipamentos ao exigido pela norma.
Ações fiscais em Frigoríficos – Com o intuito de reduzir as ocorrências de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho no setor de frigoríficos, o Ministério do Trabalho vem atuando de forma sistematizada para garantir o cumprimento da Norma Regulamentadora nº 36 que dispõe sobre o abate e processamento de carnes e derivados pelas empresas. 

Entretanto, apesar de a norma estar em vigor desde abril de 2013, diversos estabelecimentos inspecionados vêm descumprindo aos requisitos mínimos para se garantir a saúde e integridade do trabalhador, o que tem ocasionado na lavratura de autos de infração pela auditoria-fiscal ou até mesmo na interdição de atividades e máquinas dos estabelecimentos."

quarta-feira, 9 de abril de 2014

UPA Pediatria - onde a criança é prioridade em Cascavel?


A estrutura física na Unidade de Pronto Atendimento Pediátrico deveria ser temporária, é um problema desde que se iniciaram os trabalhos neste local. 

Entretanto, este espaço sempre foi improvisado e nunca adequado às necessidades básicas de um pronto atendimento infantil, desde a sua estrutura física antiga, presença de mofo, umidade, condições insalubres para manutenção e armazenamento de medicamentos e alimentos, presença de goteiras e alagamentos em dia de chuva, no setor de realização de raios-X, farmácia e corredores, presença de insetos e falta de ventilação adequada em todos os locais de atendimentos e internamentos o que torna o ambiente insuportável para todos, o local de atendimento emergencial – suporte e consultório realizado no mesmo corredor de passagem de visita, entrada de funcionários, entrega de materiais, rouparia, entrada de SIATE e SAMU, entre tantos outros.  

O números de leitos é insuficientes para suprir a demanda de atendimentos realizados, em 2013 passou de 24 mil atendimentos, numero maior que o da UPA 2. A situação é critica e caótica nos meses de inverno quando a incidência de doenças respiratórias dobram o número de atendimentos e de internamentos na pediatria e ocorrendo situações graves (já estão ocorrendo neste último mês de Março e Abril), devido à superlotação, não há mais disponível nenhum leito para acomodar os pacientes e seus acompanhantes sendo obrigados a se manterem em cadeiras e muitas vezes no colo de suas mães durante horas e até dias.
Usina de Oxigênio está quebrada a quase um mês, por isso cada quarto tem pelo menos dois cilindros, concorrendo com mais quatro cadeiras e quatro acompanhantes das quatro crianças internadas em um local que deveriam ter somente duas.

esta é uma maca improvisada em lugar de um leito . . .

Devido à falta de um ambiente de trabalho adequado e com a grande demanda de atendimentos e internamentos, convivemos diariamente com situações extremas, desde a mobilidade de todos nos corredores, enfermarias e condições para medicar e de alimentar os pacientes, bem como conseguir realizar orientação e a organização de todos que trabalham neste espaço, o que sobrecarrega a equipe e que afeta diretamente o atendimento, impossibilitando a realização de uma assistência humanizada e digna as crianças e seus familiares.



Piso da farmácia . . .

Teto de um dos leitos de internação.

Paredes.

Nenhum dos quartos tem ventilador e proteção nas janelas contra os insetos, que não são poucos, dizem as mães que posam sentadas em cadeiras cuidando de seus filhos.

WC interditado e . . .

"Sala" de inalação . . . localizada atrás de um consultório médico improvisado.
Atualmente, o espaço ficou menor, pois houve redução de um quarto e todos eles possuem quatro leitos, porém, pelo seu tamanho, só suporta dois leitos o que leva a riscos de transmissão de doenças entre todos que convivem neste serviço.

Nesta segunda-feira (7) amanheceram internados na UPA, 70 crianças. Isso mesmo, 70, quando tem somente 28 leitos. Logo as crianças foram internadas nos corredores no colo de seus pais. Foram 318 atendimentos neste dia . . . o que é absolutamente impraticável, se termos em mente a humanização e os direitos das crianças.  

O que reivindicamos é simplesmente um espaço adequado que possua condições mínimas em que se possa realizar o trabalho de forma digna e segura, podendo assim atender a população pediátrica de forma mais humanizada e justa. E isso tem que ser feito imediatamente por que o inverno ainda nem começou e as doenças respiratórias sempre agravam o estado de saúde de nossas crianças e aumenta a demanda por internação nas unidades da saúde.

O Conselho Municipal de Saúde deve tratar deste assunto no dia 28 de abril. Esperamos até lá encontrar uma proposta definitiva para este grave problema de saúde pública. 

Mais anda em uma cidade que tem segundo o próprio alcaide o titulo de "Prefeito Amigo das crianças".

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

28 de fevereiro: dia de Prevenção e Conscientização das LER/DORT.

“28 DE FEVEREIRO”

“DIA INTERNACIONAL DE PREVENÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DA LER/DORT E DEMAIS DOENÇAS DO TRABALHO”

Desde 2000, o último dia do mês de fevereiro, é considerado Dia Internacional das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como são conhecidos, agora, no Brasil. Trata-se de um marco de extrema relevância. É a primeira vez na estória que uma doença profissional (LER) passou a ser considerada como questão de saúde pública mundial. 



A APLER Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos do Paraná está organizando, em parceria com o SINDPREVS e o  CEREST  Macro Oeste, a semana de Prevenção e Conscientização das LER/DORT.


·        VOCÊ SABE O QUE É LER/DORT ?
      LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Doenças Oesteomusculares Relacionadas ao Trabalho) são lesões que atingem trabalhadores que exercem funções onde exige-se movimentos rápidos e repetitivos. No início percebe-se dores de pouca intensidade nas mãos, dedos, punho, costas e antebraço. Depois as dores aumentam e aparece o inchaço, a vermelhidão, a perda de controle da mão e outros sintomas. Entre os trabalhadores mais afetados pela LER/DORT destaca-se os digitadores, caixas da rede bancária, supermercados, lojas, farmácias, comércio em geral, jornalistas, escriturários, analistas de informática, trabalhadores na educação, nos correios, os rodoviários, trabalhadores da indústria e na região Oeste do Paraná principalmente os trabalhadores de frigoríficos.

QUAIS SÃO AS CAUSAS QUE PROVOCAM AS LER/DORT ?  
Na maioria das vezes o trabalhador é lesionado por fatores como ausência de ações preventivas, equipamentos inadequados e/ou danificados (mesas, cadeiras, computadores), cargas horárias excessivas, a pressão psicológica de chefias, acúmulo de tarefas e horas extras, repetitividade; além disso, as posturas corporais incômodas, os esforços físico ou muscular, o ritmo acelerado de trabalho, o espaço físico e a distribuição do ambiente de trabalho inadequados, etc. Mas, sem dúvida, a principal causa das LER/DORT relaciona-se a pressão vivida em decorrência da organização do trabalho que exige dos trabalhadores movimentos rápidos e ininterruptos para conseguir alcançar as metas estipuladas pelas empresas que, não raro, estão em total desacordo com o funcionamento natural do corpo humano.

E AS CONSEQÜÊNCIAS ?
As seqüelas da LER/DORT assim como outras doenças do trabalho permanecem por muito tempo e muitas vezes são irreversíveis comprometendo a saúde do trabalhador para o resto de sua vida, afetando a sua vida fora do trabalho. Há casos em que os trabalhadores desenvolvem problemas de estômago por terem de ingerir uma carga excessiva de remédios para conter as dores pelo corpo, bem como, é muito comum o desenvolvimento da depressão relacionada principalmente pelo fato de se sentir inválido para qualquer atividade do seu dia-a-dia.


O QUE FAZER ?
A Associação dos Portadores de Lesões Por Esforços Repetitivos (AP-LER) além de atender e orientar os trabalhadores com relação aos procedimentos a serem tomados para o reconhecimento de benefícios junto ao INSS e demais pendências jurídicas com o mesmo e as empresas, procura mobilizar os trabalhadores para a luta contra o ambiente de trabalho que atinge a saúde das pessoas. Isso significa ir além do atendimento em si dos casos individuais, mas também organizando denúncias contra as empresas que lesam a saúde dos trabalhadores, como é o caso da Ação Civil Pública movida pela Associação em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Sadia S/A de Toledo (PR).  

PROBLEMA NA NOSSA REGIÃO
O Oeste do Paraná tem se notabilizado pelo emprego de muitas pessoas no setor frigorífico. São quase 30 mil pessoas empregadas somente nesse tipo de atividade. As LER/DORT tem atingido principalmente os trabalhadores desse setor o que não quer dizer que em outros isso não ocorra. Entretanto, a situação que vemos hoje nos frigoríficos mostra um trabalho intenso, com ritmos altamente repetitivos e que levam ao adoecimento físico e mental de inúmeros trabalhadores. A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Paraná (FTIA-PR) estimou que quase 23% da mão de obra de frigoríficos encontrava-se no aguardo de decisões judiciais ou afastada do trabalho em virtude das doenças ocupacionais no ano de 2011. Investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT), apontam para a mesma realidade e mostram que os movimentos repetitivos exercidos por trabalhadores desse setor ultrapassam até 100 ações técnicas por minuto. Isso equivale a três vezes mais o limite estipulado por estudos de ergonomia do trabalho, que propõe formular um limite mínimo de movimentos repetitivos para a manutenção de um padrão de saúde e segurança no trabalho. Esse número excessivo de movimentos repetitivos esbarra-se no próprio funcionamento biomecânico dos tendões do nosso corpo humano. Isso significa que o trabalho atinge os limites humanos. Essa situação mostra que há uma relação direta entre o surgimento de sintomas de doenças osteomusculares e o trabalho desempenhado. Tudo isso que ocorre no ambiente de trabalho, combinado com a pressão por  produção, que faz com que muitos trabalhem sob o efeito de remédios mesmo sentindo dores, leva também aos agravos relacionados à saúde mental. Não é à toa que nos dados do Ministério da Previdência Social (MPS) a prevalência de quadros depressivos no setor de abate de aves e suínos é três vezes maior do que o índice geral.
CONVITE
Assim, convidamos os trabalhadores de todos os setores para esse momento onde possamos fortalecer nossos vínculos de solidariedade e nos organizarmos para lutar contra o adoecimento generalizado que tem ocorrido na nossa região com relação às LER/DORT.

PROGRAÇÃO:

Marechal Candido Rondon
















Cascavel e Toledo: distribuição de Boletim informativo aos trabalhadores

Fóz do Iguaçú: Debate no Centro de Direitos Humanos.

Laerson Matias
Presidente AP-LER